quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

PERCURSO PNAIC 2014

Algumas imagens de Francesco Tonucci, psicólogo e desenhista italiano que se especializou em retratar a infância no espaço escolar, foram selecionadas para fomentar as discussões com os professores alfabetizadores sobre conceitos essenciais discutidos ao longo da formação PNAIC 2014.




A primeira imagem nos remete à ideia de Qualidade Total na qual apenas alunos que obtém êxito na escola terão acesso a direitos, enquanto os demais são simplesmente excluídos do sistema. Nessa lógica o aluno é um produto da escola que, por sua vez, assemelha-se a uma fábrica com seus tempos e espaços determinados e suas ações repetitivas. A segunda confirma a dificuldade de muitos educadores em ouvir as crianças, reconhecendo seus saberes.

A atual perspectiva curricular estudada no PNAIC luta pela Qualidade Social da Educação, na qual os alunos são considerados sujeitos de direitos e a aprendizagem de todos e todas é uma responsabilidade da escola e da sociedade.

Nessa perspectiva, o direito à alfabetização no seu sentido lato, ou seja, o uso social da linguagem escrita e da oralidade em contextos diversos, precisa ser garantido em todas as áreas do conhecimento. Por isso se fala também em alfabetização matemática para se referir à apropriação do Sistema de Numeração Decimal e seu uso social em diversos contextos sempre vinculados a situações problemas.

Os saberes das crianças são, portanto, o ponto de partida para o trabalho pedagógico. O planejamento das aulas é organizado para atender suas necessidades de aprendizagem e precisa ser pautado pelo diálogo, pelo conhecimento de suas vivências e aprendizagens e não pelo que lhes falta. 

Não é mais possível reproduzir, por exemplo, o discurso de que "as crianças estão cada vez mais imaturas" ou "elas não sabem nada" pois elas são crianças mesmo e vivenciam suas infâncias de diversas maneiras conforme as oportunidades que lhes são oferecidas e as interações que realizam com seus espaços, tempos e relações interpessoais.

Como afirma o material do Pacto, é preciso aproveitar suas curiosidades e explorar situações e contextos problematizáveis, partindo de sua cultura e das histórias de vida, experiências e conhecimentos. Tudo isso considerando suas infâncias e a importância do brincar nessa fase.

Os direitos e objetivos de aprendizagem situam os conhecimentos como instrumento de formação e promoção humana. As crianças precisam ser alfabetizadas até os oito anos, pois isso lhes garante maiores oportunidades em seus contextos diários. 

A educação não pode ser considerada apenas uma promessa para o futuro, ela é necessária hoje e à escola cabe envidar todos os esforços possíveis para ampliar as oportunidades de vivências diversas com a leitura e a escrita significativas.

A organização das áreas do conhecimento em eixos estruturantes pretende garantir a diversidade dessas vivências. No caso da Matemática, é comum que o eixo Números e Operações ganhe maior evidência que os demais, mas quando os professores estudam sobre os demais eixos e compartilham suas possibilidades de integração, fica mais fácil garantir também as vivências de Pensamento Algébrico, Geometria, Grandezas e Medidas e Tratamento da Informação.

Vamos rever  nos slides a seguir alguns pressupostos desses eixos estruturantes e objetivos de aprendizagem amplamente discutidos com os professores e professoras.


















O percurso traçado com os professores alfabetizadores consolidou os conceitos tratados, sobretudo o reconhecimento do direito à aprendizagem. Não se tem apenas a expectativa de que os alunos aprendam, mas todas as ações serão organizadas para garantir-lhes esse direito.

As discussões sobre planejamento, avaliação e seus instrumentos, organização da rotina da sala de aula, organização dos espaços e agrupamentos, o trabalho com a diversidade e diferença, jogos e brincadeiras foram ampliadas nas reuniões pedagógicas das unidades escolares e, certamente, já promoveram muitos avanços também nos demais Ciclos de aprendizagem.

Ações que só foram possíveis com o empenho de Professores e Professoras a quem prestamos nossa homenagem com o vídeo "Todos juntos".



Ubuntu! Todos juntos podemos muito mais!
Para terminar essa publicação, ficamos com a foto dos alunos e alunas da Professora Marli Balotin, da EMEF Vera Lúcia, que vivenciou com suas crianças do 2.º ano a mesma história. 
Parabéns a todos e todas!






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