segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

CONCLUINTES CURSO PRESENCIAL PNAIC 2016

Embora a formação PNAIC 2016 não tenha acabado, pois ainda há atividades a distância a serem realizadas pelos/as participantes no ambiente simec.mec.gov.br, divulgamos abaixo as listas com todos e todas que obtiveram 100% de presença nos encontros presenciais da DRE Campo Limpo.






 















Parabéns, pessoal!! Fiquem atentos e atentas à realização das tarefas e avaliações do ambiente virtual e um excelente final de ano!!


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

SARAU PNAIC 2016

No último encontro presencial, os/as participantes do PNAIC 2016 foram convidados a organizar coletivamente, a partir de diferentes linguagens, uma apresentação representativa do percurso de estudos desenvolvidos ao longo da formação.

As turmas se apresentaram no Sarau PNAIC 2016, organizado no pátio da EMEF CEU Casa Blanca, comprovando que não nos falta vontade e criatividade. 

Cada uma das dez turmas trouxe sua maneira particular de representar o percurso de estudos e suas repercussões. Houve diferentes estilos musicais, dança, LIBRAS, teatro e, sobretudo, muita diversão, um movimento que pretendemos ver cada vez mais presente nas salas de aulas.



Conheça a seguir as professoras, professores e coordenadoras e coordenadores que vivenciaram essa experiência PNAIC 2016.

Turma OE Laura

Turma OE Adriana

Turma OE Daniele

Turma OE Edicleide

Turma OE Elaine

Turma OE Luciana

Turma OE Maria Lucia

Turma OE Robson

Turma OE Sirlene

Turma OE Tássio

Parabéns a todos e todas e lembrem-se: o PNAIC 2016 não acabou, pois as atividades virtuais do SIMEC continuam...

AVALIAÇÃO DE CORPO INTEIRO

Neste encontro, as professoras analisaram itens de simulados da prova de Matemática ANA à luz da matriz de avaliação e dos direitos de aprendizagem. 

A escolha do INEP por transformar direitos em habilidades comprova as limitações das avaliações em larga escala e amplia a necessidade de que as avaliações internas representem oportunidades de aprendizagem, uma vez que as avaliações externas servem a outras finalidades.

O vídeo "Grafismo indígena" a seguir destaca os saberes Matemáticos da etnia indígena Asurini do Xingu e a importância de que o ensino da Matemática, bem como de outros componentes curriculares, amplie seus referenciais.


O momento atual traz a urgência de que a escola reconheça saberes invisibilizados durante anos de uma educação fundamentada em um currículo eurocêntrico. 

Também é urgente reconhecer que a aprendizagem acontece de corpo inteiro, o que invalida a preponderância de atividades que mantém os corpos sentados durante horas e classifica os/as estudantes em "maus" ou "bons" mais em virtude da sua capacidade de obediência que de autoria.

A edição de cenas do filme "Vermelho como o céu" amplia as reflexões sobre a urgência de uma educação voltada para todos e todas e na qual seja possível vivenciar experiências com múltiplas linguagens.


A pergunta de Dom Giulio deve ser feita por educadores e educadoras constantemente, sobretudo durante o processo de avaliação: afinal para que serve a escola?

As diferentes avaliações que o estudante Mirco recebe do professor, do diretor, dos funcionários, das crianças e da comunidade nos colocam frente ao desafio de não repetir injustiças históricas, principalmente, quando todas as crianças têm direito ao acesso à escola regular amparado pelas legislações. 

"Vermelho como o céu" é baseado em fatos reais que tiveram como consequência o fechamento de escolas especiais para cegos e sua inclusão no sistema de ensino regular italiano. Esse fato sugere que desdobremos a pergunta de Dom Giulio: Afinal o que nos difere como professores/as de outras pessoas com notório saber? É possível trabalhar com todos e todas? Faz sentido na atualidade uma avaliação classificatória e excludente?

Essas são questões fecundas que precisam estar presentes nas discussões coletivas das unidades de maneira a consolidar a avaliação como parte do processo de aprendizagem.

AVALIAÇÃO: REFLEXOS E REFLEXÕES

A  avaliação precisa refletir nossas intencionalidades e ampliar as reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem das crianças. 

O vídeo a seguir sugere um pouco sobre nosso papel nessas ações.


O espelho simboliza o reconhecimento de si como parte de um processo e a oposição realidade x representação. Essa metáfora é recorrente na Literatura ("O espelho" de  Machado de Assis, "O menino no espelho" de Fernando Sabino, "Branca de Neve" etc), na Psicanálise (Lacan) e na Filosofia (Kant). 

Nessa perspectiva, é possível indagar: a avaliação nos representa ou é definida apenas pelo sistema? Uma resposta possível talvez seja: sofremos o sistema e representamos o sistema. Contribuímos com sua manutenção e/ou modificação: cedemos, resistimos, cedemos...

Jorge Larrosa Bondiá, no artigo "Notas sobre a experiência e o saber da experiência" pode contribuir com a reflexão sobre a necessidade de construção de paradigmas de avaliação que valorizem a escuta e os sentimentos.


É possível ter paciência para "suspender a opinião e falar sobre o que nos acontece?"

Na sequência dessa indagação, as professoras vivenciaram, em roda, a experiência cantada "Batata-quente" que propôs reflexões sobre a produção escrita a partir das seguintes indagações que aos poucos iam sendo "descascadas" por quem ficasse com a batata na mão:

  • Você escreve em casa? O quê? 
  • O que você mais escreve na escola?
  • O que você observa que as pessoas escrevem?
  • Durante suas aulas, o que os/as estudantes escrevem?


Todas as perguntas pretendiam destacar que a escrita só faz sentido se tiver uma intencionalidade, tanto que é comum que as respostas venham acompanhadas da referência ao interlocutor. 

As professoras refletiram sobre a pouca eficiência de práticas de escrita fundamentadas na cópia de letras, sílabas ou mesmo cópia de textos prontos aos quais é difícil atribuir sentido e ampliaram as indagações sobre o espaço de autoria na escola.

Após essas importantes reflexões que ampliam questionamentos sobre alfabetos desenhados nas salas e a persistência de silabários e atividades fundamentadas em cópias descontextualizadas, as professoras analisaram a matriz de referência da avaliação escrita da ANA em oposição aos Direitos de Aprendizagem.


A comparação evidencia o quanto a matriz de avaliação se afasta da concepção de escrita em uma perspectiva discursiva, o que representa uma contradição frente à riqueza e inovação da amplitude dos direitos de aprendizagem no eixo produção de textos escritos.

CAMINHOS DA AVALIAÇÃO

Os caminhos para a avaliação são muitos, mas todos exigem reflexão e atenção, como destaca a composição "Relance", interpretada por Gal Costa.



A leitura compartilhada da composição e a interpretação de Gal Costa evidenciam a riqueza da oralidade e expressividade do corpo em movimento. Como bem afirmou Marcuschi escrita e oralidade não são concorrentes, mas sim formas diferentes de se expressar conforme as demandas de interação social.

A referência à morte e ao renascimento que finalizam a composição reafirmam a importância de que estejamos flexíveis às mudanças. Ação essencial para a compreensão da avaliação para além da atribuição de conceitos estanques.

Para complementar esse movimento reflexivo, as professoras foram convidadas a realizar uma andança pelo CEU Casa Blanca para avaliar o equipamento. No percurso, foram se destacando as diferentes formas de avaliar e ampliando-se as indagações sobre os critérios de avaliação e sobre o que seria uma avaliação justa.




Ao retornarem à sala, as professoras se organizaram em grupo e compartilharam seus resultados que evidenciaram dissonantes formas de proceder à avaliação e comprovaram que sem critérios compartilhados não há como uma unidade proceder uma avaliação que contribua com a aprendizagem da pessoa avaliada. Na sequência, a apresentação da fábula sobre avaliação confirmou esses resultados.

Uma fábula sobre avaliação

Era uma vez... uma rainha que vivia em um grande castelo. Ela tinha uma varinha mágica que fazia as pessoas bonitas ou feias, alegres ou tristes, vitoriosas ou fracassadas. Como todas as rainhas, ela também tinha um espelho mágico. Um dia, querendo avaliar sua beleza, também ela perguntou ao espelho:
- Espelho, espelho meu, existe alguém mais bonita que eu?
O espelho olhou bem para ela e respondeu:
- Minha rainha, os tempos estão mudados. Esta não é uma resposta assim tão simples. Hoje em dia para responder à sua pergunta eu preciso de alguns elementos mais precisos.
Atônita, a rainha não sabia o que dizer. Só lhe ocorreu perguntar:
- Como assim?
- Veja bem - respondeu o espelho - Em primeiro lugar, preciso saber por que Vossa Majestade fez esta pergunta, ou seja, o que pretende fazer com minha resposta. Pretende apenas levantar dados sobre seu ibope no castelo? Pretende examinar seu nível de beleza, comparando-o com o de outras pessoas? Ou sua avaliação visa ao desenvolvimento de sua própria beleza, sem nenhum critério externo? É uma avaliação considerando a norma ou critérios predeterminados? De toda forma, é preciso, ainda, que Vossa Majestade me diga se pretende fazer uma classificação dos resultados.
E continuou o espelho:
- Além disso, eu preciso que Vossa Majestade me defina com que bases devo fazer esta avaliação. Devo considerar o peso, a altura, a cor dos olhos, o conjunto? Quem devo consultar para fazer esta análise? Por exemplo: se consultar somente os moradores do castelo, vou ter uma resposta; por outro lado, se utilizar parâmetros nacionais, poderei ter outra resposta. Entre a turma da copa ou mesmo entre os anões, a Branca de Neve ganha estourado. Mas, se perguntar a seus conselheiros, acho que minha rainha terá o primeiro lugar. Depois, ainda tem o seguinte - continuou o espelho - Como vou fazer prova para verificar o grau desta beleza? Utilizo a observação?
Finalmente concluiu o espelho:
- Será que estou sendo justo? Tantos são os pontos a considerar...
(Adaptação de Michael Quinn Patton, traduzida pela Prof Clarisa Souza)


Toda avaliação requer critérios e intencionalidades, caso contrário será autoritária e inútil. A Avaliação não é neutra, pois está revestida de questões sociais, éticas, étnico-raciais, de gênero entre tantas outras que, se não forem observadas, podem ignorar direitos e validar injustiças e exclusões.

Sobre o tema, as professoras dialogaram também com Luckesi no vídeo a seguir:



Na sequência de ações, todas as turmas PNAIC da DRE Campo Limpo se reuniram no auditório do CEU Casa Blanca para ouvir a contação da história "A moça tecelã" realizada pela Orientadora de Estudos Elaine Lacerda. 

No texto destaca-se a oportunidade da moça de refazer ou "destecer" parte de sua história cuja construção não lhe trouxe felicidade. 



Como afirma Esteban, no excerto a seguir, o processo ensino/aprendizagem é tecido por muitos fios.


Com essas reflexões, as professoras procederam à análise em grupos de questões simuladas da Prova ANA

Os diálogos destacaram que nem sempre o item avalia aquilo a que se propõe, o que requer que toda escola e comunidade ampliem seus conhecimentos sobre essa avaliação externa para que tenham condições efetivas de verificar sua repercussão e propor-lhe novos rumos. 

Outro dado interessante é que, embora a ANA tenha sido idealizada para avaliar o impacto das ações formativas PNAIC, a organização da matriz de avaliação renunciou ao termo direitos de aprendizagem em nome do termo habilidade, talvez revelando o quanto a avaliação externa pode se afastar da pessoa avaliada em nome dos padrões.

A avaliação externa sempre será limitada, pois se sustenta na padronização, por isso, é preciso enfatizar a supremacia das avaliações internas sobre as externas e combater o movimento comum de "preparar" as crianças para provas. As crianças precisam ter diversas oportunidades de aprendizagem, nesse sentido, todo processo está em constante avaliação, mas sempre com a intencionalidade de favorecer sua aprendizagem e, de maneira alguma, sua classificação e exclusão.

Os vídeos 3% e Escalada a la vida, que podem ser conferidos a seguir, são propulsores de uma boa discussão sobre as intencionalidades das avaliações e os diferentes rumos que podem tomar dependendo de quem tem o poder de planejá-las.





O primeiro vídeo evidencia a avaliação como um processo manipulado por um grupo com poder hegemônico, que incute nas pessoas uma ideologia de que apenas os "melhores" alcançarão o "topo" a partir da competição e meritocracia. O segundo enfatiza o percurso, pois mais importante ao escalador é a liberdade de realizar escolhas, a tomada de decisões em busca da realização de seu projeto pessoal.

Pode-se afirmar que em "3%" os projetos pessoais e as próprias pessoas são obsoletas, enquanto em "Escalada a la vida" só os projetos pessoais justificam a escalada, o que representa um estado de liberdade, coragem e expressão da criatividade.

E vocês o que acham? Os vídeos dialogam com a realidade da avaliação escolar?