domingo, 5 de julho de 2015

ENSINO DE ARTE: CONCEPÇÕES E PRÁTICAS

O encontro sobre o ensino de Arte no Ciclo de Alfabetização foi iniciado com a leitura do texto "O menininho" escrito por Helen Buckley em 1961. É a história de um menino criativo que em sua primeira experiência escolar diante da solicitação de produção de um desenho visualiza diferentes possibilidades, mas é orientado pela professora a desenhar uma flor vermelha de caule verde. Assim acontece em todas as demais atividades artísticas: a professora sempre determina o que e como deve ser realizado.

Aos poucos o menino se acostuma a essa metodologia e quando, em uma outra escola, uma nova professora lhe propõe um desenho autônomo, o menino fica no aguardo de suas orientações. Diante da insistência da professora de que cada um poderia desenhar o que desejasse, o menino começa a desenhar uma flor vermelha de caule verde. A história é bem representativa das consequências de um ensino voltado à copia e repetição.


Em seus relatos de experiência sobre o ensino de Arte no Ciclo de Alfabetização, professoras e professores confirmaram em suas infâncias a preponderância de solicitações de pinturas de desenhos estilizados, mimeografados principalmente em datas comemorativas ou para ilustrar avaliações ou cadernos. Pouco se aprendia sobre outros aspectos das artes visuais e quase não havia atividades envolvendo as linguagens teatral, a dança e a música, ou, quando havia, eram apenas pretextos para ensino de outros conteúdos ou valores.

Embora tenham mudado os recursos tecnológicos, em vez da folha mimeografada com cheirinho de álcool uma folha fotocopiada, professores e professoras também relatam a sobrevivência dessas práticas na atualidade. 

Entretanto, atualmente temos condição de ampliar as reflexões sobre essa estratégia e indagar: Quais suas intencionalidades? Por que se mantêm no cotidiano da escola? O que efetivamente promovem de aprendizagens sobre as artes visuais? Que outras estratégias potencializam aprendizagens?

As respostas nos encaminham para uma necessária ampliação do universo artístico dos alunos, garantido-lhes o direito à aprendizagem de todas as linguagens artísticas. Da mesma maneira, a formação dos professores e professoras precisa permitir essas vivências, pois, embora não sejam especialistas, são também responsáveis pela alfabetização artística no Ciclo de Alfabetização.



A formadora PNAIC Simone Alves da Costa nos slides a seguir faz uma importante retomada histórica do ensino de Arte no contexto brasileiro e apresenta possibilidades pedagógicas que privilegiam a autoria dos estudantes.






















Esse estudo permite a percepção da amplitude das linguagens artísticas e destaca as diversas possibilidades que os professores podem vivenciar na escola. Experiências envolvendo teatro, dança, música e artes visuais são essenciais aos seres humanos, uma vez que evidenciam expressão, corpo e movimento.

Para viver um pouco dessa experiência, em grupos, professores e professoras, durante o encontro PNAIC escolheram e analisaram algumas obras de artes de Carybé, Djanira, Aécio, Aracy, Heitor dos Prazares, Ivan Angelo, Anderson Ferreira Lima, Conceição da Silva e Josivaldo . 




















As obras estavam organizadas em seis agrupamento com três obras que deveriam ser colocadas em uma sequência narrativa e depois representadas pelos cursistas, primeiramente como estátua e posteriormente em linguagem teatral. O processo foi bastante divertido e proporcionou aos grupos diversas ideias sobre as possibilidades de exploração da linguagem teatral no Ciclo de Alfabetização.











Na sequência de ações, professoras e professores estabeleceram relações entre a oficina vivenciada e os direitos de aprendizagem de Arte em consonância com as demais áreas.




Ao término do encontro, os(as) participantes foram orientados(as) sobre a proposta de atividade, uma maneira de estimular o registro, importante ferramenta do trabalho docente.



Para complementar esses estudos vale a pena assistir o vídeo "A História da Arte no Brasil".



E vamos fazendo Arte...

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