A avaliação precisa refletir nossas intencionalidades e ampliar as reflexões sobre o processo de ensino e aprendizagem das crianças.
O vídeo a seguir sugere um pouco sobre nosso papel nessas ações.
O espelho simboliza o reconhecimento de si como parte de um processo e a oposição realidade x representação. Essa metáfora é recorrente na Literatura ("O espelho" de Machado de Assis, "O menino no espelho" de Fernando Sabino, "Branca de Neve" etc), na Psicanálise (Lacan) e na Filosofia (Kant).
Nessa perspectiva, é possível indagar: a avaliação nos representa ou é definida apenas pelo sistema? Uma resposta possível talvez seja: sofremos o sistema e representamos o sistema. Contribuímos com sua manutenção e/ou modificação: cedemos, resistimos, cedemos...
Jorge Larrosa Bondiá, no artigo "Notas sobre a experiência e o saber da experiência" pode contribuir com a reflexão sobre a necessidade de construção de paradigmas de avaliação que valorizem a escuta e os sentimentos.
É possível ter paciência para "suspender a opinião e falar sobre o que nos acontece?"
Na sequência dessa indagação, as professoras vivenciaram, em roda, a experiência cantada "Batata-quente" que propôs reflexões sobre a produção escrita a partir das seguintes indagações que aos poucos iam sendo "descascadas" por quem ficasse com a batata na mão:
- Você escreve em casa? O quê?
- O que você mais escreve na escola?
- O que você observa que as pessoas escrevem?
- Durante suas aulas, o que os/as estudantes escrevem?
Todas as perguntas pretendiam destacar que a escrita só faz sentido se tiver uma intencionalidade, tanto que é comum que as respostas venham acompanhadas da referência ao interlocutor.
As professoras refletiram sobre a pouca eficiência de práticas de escrita fundamentadas na cópia de letras, sílabas ou mesmo cópia de textos prontos aos quais é difícil atribuir sentido e ampliaram as indagações sobre o espaço de autoria na escola.
Após essas importantes reflexões que ampliam questionamentos sobre alfabetos desenhados nas salas e a persistência de silabários e atividades fundamentadas em cópias descontextualizadas, as professoras analisaram a matriz de referência da avaliação escrita da ANA em oposição aos Direitos de Aprendizagem.
A comparação evidencia o quanto a matriz de avaliação se afasta da concepção de escrita em uma perspectiva discursiva, o que representa uma contradição frente à riqueza e inovação da amplitude dos direitos de aprendizagem no eixo produção de textos escritos.
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