Espaço para relato dos "impactos" da formação de professores alfabetizadores da DRE Campo Limpo no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
A Tarefa 1 solicitada no ambiente virtual simec representa um diagnóstico das turmas para levantamento de possíveis
estratégias pedagógicas e de gestão que possam colaborar com a garantia dos direitos de aprendizagem das crianças.
A partir da análise do
diagnóstico, deverão ser sinalizadas ações que serão desenvolvidas para
superação das dificuldades encontradas.
Para facilitar a realização dessa tarefa, a UFSCAR, universidade responsável pela formação PNAIC 2016 em São Paulo, organizou o tutorial a seguir:
A realização de todas as tarefas e avaliações do ambiente simec é obrigatória, portanto, caso tenha alguma dificuldade, entre em contato com a Equipe de Orientação de Estudos.
Além dos encontros presenciais, os/as cursistas PNAIC precisam realizar as chamadas atividades virtuais para que façam jus à certificação do PNAIC 2016.
Entre essas demandas virtuais estão as tarefas e avaliações do ambiente simec.mec.gov.br (que deve ser acessado com frequência) e pesquisas solicitadas nos encontros presenciais cujos resultados devem ser encaminhados, por e-mail, à Equipe de Orientação de Estudos.
Nesse primeiro encontro, a demanda solicitada foi a seguinte:
Pesquise em sua unidade os resultados da Avaliação
Nacional de Alfabetização (ANA) de 2013 e 2014 e responda, por e-mail, a
seu/sua orientador/a:
1. Analise a variação de desempenho dos/das estudantes e
informe se houve mudanças nos resultados e como podem ser compreendidas.
2. Que ações a escola desenvolveu a partir dos resultados
da ANA nas duas edições?
Os resultados da ANA 2013 e 2014 podem ser visualizados no site http://ana.inep.gov.br/ANA/ basta ter em mãos o código INEP da Unidade
Ampliar os saberes sobre as avaliações externas é essencial aos educadores e educadoras, pois são políticas públicas cujos efeitos também precisam ser avaliados.
A leitura do texto "O alienígena que queria aprender a ler" de Luiz Carlos Cagliari proporciona avanços nos questionamentos sobre a aprendizagem do Sistema de Escrita Alfabético (SEA) e por isso foi proposto aos cursistas PNAIC 2016.
No texto, ficam evidentes as incoerências de um processo de aprendizagem da leitura e da escrita fundamentado na redução do SEA a um código supostamente aprendido linearmente por meio da memorização de letras e sílabas canônicas (ou simples) e não canônicas (ou complexas).
Afinal por que historicamente cristalizou-se a concepção de que é mais simples aprender primeiramente o alfabeto, depois sílabas constituídas por consoante e vogal, depois sílabas com outras constituições e finalmente palavras?
Essa visão cartesiana mostra-se bastante limitada quando nos deparamos com as indagações que o alienígena fez ao professor e para as quais não há respostas na cartilha.
São essas indagações que precisam ser ampliadas entre educadoras e educadoras e que evidenciam a urgência de estudos sobre o processo de alfabetização.
Durante o PNAIC 2013, ampliamos os conceitos sobre alfabetização e letramento. Hoje podemos situar o letramento como um processo que se inicia desde o momento em que interagimos com o mundo e que, de forma geral, transcende a linguagem escrita. A alfabetização, entretanto, é um processo escolar vinculado às estratégias de ensino do SEA, mas que, apesar dos avanços, ainda se mantém concentrado em estratégias de cópia e repetição.
Talvez um dos grandes problemas da escola é que, em virtude do discurso de urgência da aprendizagem da técnica de escrita, as crianças pouco são estimuladas a vivenciar a leitura e a escrita em contextos significativos.
É muito comum que a escola seja o local das representações, onde se copia muito e pouco se cria, onde se escrevem cartas e bilhetes que nunca chegam a seus destinatários, textos e textos que são apenas para leitura e avaliação dos/das docentes, em suma, as experiências de escrita geralmente são vividas sem um contexto funcional e com o corpo imóvel sentado na cadeira defronte um livro e/ou caderno.
É fato que a leitura e a escrita são demandas de ensino da escola, mas, uma vez que estamos com crianças, é importante nos indagarmos sobre como favorecer esse processo em um contexto lúdico no qual as avaliações não reforcem classificações como "fortes" e "fracas", "boas" ou "ruins", "alfabéticas", "com valor", "sem valor" ou "pré-silábicas". Essas classificações efetivamente contribuem com as aprendizagens?
O vídeo "Fala e escrita" pode ampliar esses questionamentos.
No vídeo, o linguista Luiz Antônio Marcuschi é categórico ao afirmar que a escrita não é a representação da fala. A escrita é uma convenção, um sistema caracterizado por regularidades e irregularidades. Não há portanto hierarquia de saberes entre oralidade e escrita, não há concorrência, pois são formas complementares, aliás, a escrita surge muito depois da oralidade e não lhe é, em hipótese alguma, superior. A chamada norma padrão, portanto, corresponde e faz sentido apenas na escrita e por isso há dicionários e gramáticas normativas que regularizam seu uso. A supervalorização na oralidade de uma variante linguística mais próxima à chamada norma padrão só tem sentido em uma sociedade de classes na qual há grupos sociais mais valorizados que outros, em geral, aqueles que detêm o poder econômico e podem fazer circular sua variante linguística e sua cultura. Discriminar alguém pelo seu modo de falar, julgá-lo inferior, portanto, é efeito de um preconceito linguístico. O ensino da língua escrita, portanto, só pode ocorrer em um ambiente em que a oralidade é valorizada e no qual a escrita tenha sentido socialmente, assim como as demais formas de expressão: dança, canto, teatro, pintura etc. Fatiar a língua em pedaços torna o processo de aprendizagem da escrita muito mais complexo para as crianças, pois, simplesmente, não há como atribuir sentido à memorização do "ba-be-bi-bo-bu".
E você? O quanto tem estudado sobre esse assunto em sua unidade? Já pensou em uma sala de aula em que a configuração preponderante não corresponde a carteiras enfileiradas? Já pensou em uma turma na qual os/as estudantes não estão realizando as mesmas ações ao mesmo tempo sob o mesmo comando? Já pensou em uma escola sem filas, sem sinal sonoro? O que tudo isso tem a ver com alfabetização e letramento? E com a avaliação das aprendizagens? A bibliografia a seguir pode contribuir com esses estudos:
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o Bá - Bé - Bi - Bó - Bu. São Paulo: Scipione, 1998. prefácio disponível em https://pt.scribd.com/doc/175717083/ALFABETIZANDO-SEM-O-BA-Be
FOUCAULT, Michael. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. São Paulo: Ed. Vozes, 1997. Disponível em https://disciplinas.stoa.usp.br/pluginfile.php/121335/mod_resource/content/1/Foucault_Vigiar%20e%20punir%20I%20e%20II.pdf
MOYSÉS, Maria Aparecida Affonso. A institucionalização invisível: crianças que não aprendem na escola. Campinas, SP: Mercado das Letras; São Paulo: FAPESP, 2001.
MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Alfabetização no Brasil: uma história de sua história. São Paulo : Cultura Acadêmica ; Marília :
Oficina Universitária, 2011. Disponível em http://www.marilia.unesp.br/Home/Publicacoes/alfabetizacao.pdf
A quarta edição da formação PNAIC na DRE Campo Limpo iniciou destacando a continuidade de um processo de interlocução caracterizado pela dialogicidade e horizontalidade das relações.
Depois de concentrar os estudos na garantia dos direitos de aprendizagem de Língua Portuguesa, Matemática e dos demais componentes curriculares do Ciclo de Alfabetização, a presente formação visa ampliar os estudos sobre o complexo tema avaliação.
Avaliar faz parte da vida e o fazemos a cada instante, entretanto, na escola, historicamente, as concepções de avaliação geraram processos classificatórios e excludentes que hoje são postos em xeque e revistos com a perspectiva dos estudos da avaliação para a aprendizagem.
Se o acesso à escola é um direito de todas as crianças e um dever da família e do Estado não há por que o processo de avaliação ser classificatório, afinal a intenção não é rotular as pessoas e sim lhes garantir direitos de aprendizagem.
Para ampliar as reflexões sobre os sentidos que a avaliação toma no contexto educacional, vale a pena assistir ao curta metragem "Meu amigo Nietzsche" do Diretor Fauston da Silva.
O vídeo faz referências a diversas reflexões do filósofo Nietzsche no livro "Assim falava Zaratustra" no qual destacamos a frase: "Avaliar é criar, sem avaliação a noz da existência seria oca".
Conceber a avaliação como um processo criativo essencial à constituição da vida aumenta a responsabilidade docente sobre o alinhamento de concepções, intencionalidades e limitações dos diversos instrumentos de avaliação utilizados no contexto escolar e que visam, de alguma maneira, mensurar em notas e/ou conceitos a aprendizagem das crianças ou, mais que isso, as oportunidades de aprendizagem que lhes são garantidas.
As imagens acima evidenciam o quanto a avaliação pode ganhar um caráter subjetivo que mantém hierarquias e limita saberes a cópias e reproduções e atribuem apenas ao estudante a culpa pela chamada "dificuldade de aprendizagem".
Para favorecer essas reflexões, cada turma se organizou em seis grupos para debater as questões a seguir:
• Estabeleça diferenças e inter-relações entre avaliação interna e
avaliação externa.
• Como os resultados das avaliações internas e das avaliações
externas reverberam no cotidiano escolar?
• Que conhecimentos são submetidos às avaliações internas e
externas?
• Estabeleça relações entre o currículo escolar e as avaliações
internas e externas.
• Como a produção acadêmica tem se debruçado sobre as avaliações internas e externas?
• Discutam sobre os sentidos de “examinar”, “avaliar” e “Instrumentos de avaliação”.
E vocês? Que respostas dariam a essas indagações? A animação a seguir também contribui com esse debate.
De acordo com o Art. 10 da PORTARIA Nº 6.898, DE 26 DE OUTUBRO DE
2015, Professoras e Professores da Rede Municipal de São Paulo, frequentes nos encontros presenciais da formação PNAIC 2016, cumprem, durante esses encontros, duas das oito horas semanais da JEIF.
Leia a seguir o referido artigo.
Art. 10 - Das 8 (oito) horas-aula adicionais da Jornada Especial Integral
de Formação - JEIF cumpridas em horário coletivo, no mínimo, 4 (quatro)
horas-aula destinar-se-ão à formação docente evidenciada no Projeto
Político-Pedagógico, a análise dos resultados de desenvolvimento e de
aprendizagem dos educandos, bem como para o planejamento das ações pedagógicas
em prol da melhoria destes resultados.
§ 1º - Para os professores que ministram aulas no Ciclo de Alfabetização do
Ensino Fundamental e que frequentam o curso do Pacto Nacional de Alfabetização
na Idade Certa – PNAIC as horas referidas no parágrafo anterior serão
distribuídas conforme segue:
I - 4 (quatro) horas destinadas ao desenvolvimento dos Projetos Especiais de
Ação – PEAs da Unidade Educacional.
II - 2(duas) horas destinadas ao desenvolvimento do Projeto
Político-Pedagógico;
III - 2 (duas) horas
cumpridas no curso de formação do PNAIC oferecido pela SME/DOT, comprovada a
frequência;
Para descontar essas duas horas durante os horários coletivos semanais, as/os participantes receberão, nos encontros presenciais, comprovante de presença que deverá ser entregue, na segunda-feira posterior à formação, à gestão da Unidade em que atua como professor/a alfabetizador/a.
Essa ação não se aplica a Coordenadores Pedagógicos e nem a professores/as em outra jornada que participem da formação PNAIC 2016.
Informamos que o comprovante de presença do encontro do dia 29/10/2016 será entregue no dia 19/11/2016, mas a lista com as pessoas presentes nesse primeiro encontro já pode ser acessada pela gestão escolar no link de maneira a garantir que os/as participantes usufruam do benefício a partir da segunda quinzena do mês de novembro.