No processo de alfabetização Matemática é fundamental que os alunos tenham oportunidade de desenvolver atividades diversificadas que potencializem a percepção das regularidades do sistema de numeração decimal.
Quando, na sala de aula, vivencia-se processos de contagem contextualizados, é possível ao aluno perceber, por exemplo, que a sequência numérica se organiza em torno do conceito de mais um e de que o número subsequente contém o número anterior.
Essa percepção bastante óbvia para os adultos não é algo tão simples para as crianças no seu processo inicial de alfabetização e, por isso, o investimento nessas atividades se faz necessário.
Um dos objetivos maiores do processo de alfabetização matemática é tornar o aluno familiarizado com o mundo dos números e capaz de compreender as diversas situações em que eles são utilizados.
Essa familiarização legitima o desenvolvimento de estratégias de cálculo mental e de estimativas e o uso dos dedos das mãos ou outros materiais para a contagem e indicação de quantidade.
No ciclo de alfabetização é fundamental garantir experiências diversificadas que trabalhem com conceitos antes de introduzir técnicas operatórias convencionais.
Nesse sentido, a teoria do campo conceitual desenvolvida por Gérard Vergnaud trouxe grandes avanços à didática da matemática.
As pesquisas desse matemático francês comprovam a importância do investimento na análise de situações problemas em vez da simples resolução de algoritmos.
A teoria do campo conceitual se fundamenta na percepção de que, antes de aprender uma técnica que visa facilitar a resolução de determinado problema, a criança precisa entender os conceitos envolvidos na situação problema que, para o autor, envolvem dois grandes campos conceituais chamados de aditivo e multiplicativo.
À primeira vista parece que esses campos se referem apenas às operações de adição e multiplicação, entretanto, o que Vergnauld traz à tona é que o campo aditivo contempla também a subtração, assim como o campo multiplicativo contempla a divisão.
Ampliar a visão tradicional da aprendizagem das quatro operações reduzidas ao arme e efetue e à resolução de continhas tem sido um grande foco das ações formativas PNAIC, uma vez que, para isso, é preciso compreender mais a fundo os campos aditivo e multiplicativo e, principalmente, planejar atividades que desenvolvam esses conceitos com os alunos do Ciclo de Alfabetização.
Com esse intuito, várias atividades envolvendo resolução de situações problemas de maneira lúdica têm sido vivenciadas com os professores alfabetizadores.
Uma das metas é que os professores potencializem a qualidade das interações com os alunos durante a resolução de determinado problema. A situação problema oferecida ao aluno precisa ser um desafio adequado ao seu contexto e requisitar que ele utilize estratégias pessoais de resolução.
É importante destacar que, nesse caso, privilegia-se a qualidade e não a quantidade de situações problemas. Conhecendo um pouco mais os campos conceituais é possível perceber a necessidade de investimentos maiores em determinadas situações de acordo com o desenvolvimento do aluno.
Dessa forma, é possível trabalhar em sala um mesmo campo conceitual, mas diferentes situações problemas conforme o desenvolvimento dos alunos.
Para rever as abordagens e interações com os professores alfabetizadores nesses últimos encontros, vale a pena acessar a apresentação organizada no prezi pelo Orientador Rosemberg. O prezi é uma ferramenta tecnológica construída a partir da ideia de mapa conceitual e que visa dinamizar as apresentações no power point. Para conferir clique no link abaixo:
E continuamos seguindo as atividades PNAIC buscando algumas inovações e mantendo nossa luta pela educação pública de qualidade.
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