domingo, 27 de julho de 2014

QUANTIFICAÇÃO, REGISTROS E AGRUPAMENTOS

No encontro sobre quantificação, registros e agrupamentos, os professores foram apresentados a mais um livro da coleção Tan-tan "Enquanto a mamãe galinha não estava". 




A história incentiva a contagem a partir de uma situação divertida e é bastante adequada aos alunos do Ciclo de Alfabetização, período em que estão ampliando seus conhecimentos sobre o sentido numérico.

Também assistiram ao vídeo "Abu Ali conta seus burros", baseado na história de Malba Tahan, um dos pioneiros no trabalho com a história da Matemática a partir de narrativas lúdicas.

Outro texto do mesmo autor utilizado para aguçar os conhecimentos matemáticos foi o famoso Caso dos quatro quatros
O mistério consiste em desvendar como é possível formar praticamente todos os números utilizando apenas quatro quatros. 

Já tentou resolver o desafio? Ainda se lembra como os números abaixo podem formar o número 1?

4 4 4 4

Para aprofundar o assunto, resgatamos a história da construção dos números, uma invenção revolucionária, mas que se desenvolveu aos poucos e de maneiras diferentes em várias civilizações, tendo em comum o fato de que sua construção esteve sempre relacionada às necessidades humanas de quantificação, registro e agrupamentos.

A história dos números começa com uma capacidade comum a humanos e alguns animais: o senso numérico... Veja abaixo uma síntese desse tema ampliado no Caderno 2.

O senso numérico é a capacidade que permite diferenciar, sem contar, pequenas quantidades de grandes quantidades, perceber onde há mais e onde há menos, quando há “tantos quantos” ou uma situação de igualdade entre dois grupos. O senso numérico é a capacidade natural que o ser humano e alguns animais possuem para apropriar-se de quantidades. (Caderno 2 p.6)

Quando o ser humano começou a produzir para o próprio sustento, ele descobriu a quantidade. E essa descoberta levou-o à contagem.

Para solucionar problemas de controle de quantidades, as primeiras formas que o ser humano criou estavam relacionadas ao que chamamos de correspondência um a um ou correspondência termo a termo (p.11)

Historicamente, embora a correspondência um a um não permitisse ao ser humano saber exatamente quanto tinha, dava-lhe condições de ter controle sobre as quantidades. Inicialmente, essa correspondência era feita com a utilização de recursos materiais encontrados na natureza como pedras, pedaços de madeira, conchas, frutos secos... Esses instrumentos serviram para controlar as quantidades dos animais que se multiplicavam ou se moviam. Mas, com o passar do tempo, esses materiais tornaram-se pouco práticos para manusear, principalmente quando não permitiam o controle de grandes quantidades. (p.12)

A necessidade de contar grandes quantidades levou o ser humano a superar a correspondência um a um e organizar “montes” ou “grupos” de quantidades, ou seja, a contagem por agrupamento. Esse tipo de contagem é o princípio básico que deu origem aos mais diversos sistemas de numeração. A contagem por agrupamento representou um grande avanço, pois permitiu ao ser humano superar a correspondência um a um, tornando a ação de contagem de grandes quantidades mais rápida e eficiente. Ao invés de controlar a quantidade de um grupo com muitas unidades, ele passou a ter o controle da quantidade de alguns grupos com poucas unidades. (p.15)




Os primeiros sistemas de numeração que fizeram uso de registros escritos foram originários, provavelmente, da Suméria e do Egito. Contudo, na antiguidade, muitos povos organizaram os seus sistemas escritos, sendo que, atualmente, são conhecidos alguns, como o dos povos egípcio, grego, chinês, romano, inca, asteca, maia e de muitos povos indígenas brasileiros como os kaingang, xokleng, palikur, entre outros. (p.19)




Desenvolver o sentido numérico e tornar-se numeralizado

Da mesma forma que precisamos ser letrados e assim nos engajarmos em práticas sociais que envolvem a escrita, também é necessário ser numeralizado (Nunes ; Bryant , 1997) para que possamos lidar e responder às demandas do cotidiano que envolvem a matemática. (p.21)

Ser numeralizado significa ser capaz de pensar matematicamente nas mais diferentes situações do cotidiano, estando associado tanto às experiências escolares como a experiências extraescolares que ocorrem antes mesmo da formalização da matemática através de situações de ensino. (p.21)

sentido numérico é tanto de natureza inata como adquirida. Seu caráter inato ilustra que nascemos para a matemática e seu caráter adquirido ilustra o papel desempenhado pelas experiências sociais (formais e informais) com os números. (p.20)

Três aspectos precisam ser considerados a respeito do sentido numérico: sua natureza intuitiva e ampla, seu desenvolvimento gradual e o fato de assumir características específicas em função do conceito matemático ao qual se associa.

Os indicadores de sentido numérico
A partir de uma análise da literatura na área, Spinillo (2006) identificou e agrupou os principais indicadores de sentido numérico com o objetivo de contribuir para uma maior compreensão acerca deste tema:
a) Realizar cálculo mental flexível.
b) Realizar estimativas e usar pontos de referência.
c) Fazer julgamentos quantitativos e inferências.
d) Estabelecer relações matemáticas.
e) Usar e reconhecer que um instrumento ou um suporte de representação pode ser mais útil ou apropriado que outro.

Para ampliar possibilidades de aprendizagem dos alunos sobre conceitos matemáticos, os professores alfabetizadores assistiram ao vídeo "A Matemática na Educação Infantil". Nele a professora Kátia Stocco Smole, Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo, analisa as atividades e comenta sobre a importância da resolução de problemas para o desenvolvimento infantil. 

Vale a pena conferir!



Depois de tantas aprendizagens, é o momento de analisar sua própria prática e se preparar para as atividades pessoais:

  • Traçar o perfil de aprendizagem da turma em relação à Língua Portuguesa e Matemática, descrevendo o que considera essencial que as crianças aprendam no Ciclo de Alfabetização e relatando quais instrumentos de avaliação utilizou
  • Ler o texto “Sentido de número na Educação Matemática” (Caderno 2 – p. 48) e enviar comentários por e-mail
No próximo encontro tem + muito +...

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