O oitavo encontro foi iniciado com os relatos sobre os projetos didáticos interdisciplinares planejados pelos professores alfabetizadores.
A roda de conversa consolidou a percepção de que o projeto, além de um produto final, precisa ser concebido e organizado com a participação dos alunos.
Foram citados projetos sobre o meio-ambiente, convívio escolar, alimentação saudável, entre outros que se caracterizam por uma série de ações que possibilitam a aprendizagem de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
Foram citados projetos sobre o meio-ambiente, convívio escolar, alimentação saudável, entre outros que se caracterizam por uma série de ações que possibilitam a aprendizagem de conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
Embora seja mais comum a proposta de projeto ser feita pelo professor a partir da necessidade do grupo, a ideia precisa ser compartilhada e aprofundada com os alunos.
Os projetos só serão bem sucedidos quando verdadeiramente significativos para alunos e professores. O professor tem uma intencionalidade clara ao propor determinado projeto, mas sua realização só se justifica pela participação ativa dos alunos e pelo potencial de aprendizagem que proporcionará ao grupo.
Após os relatos, o grupo retomou as informações sobre o que foi introduzido, aprofundado e consolidado na rotina semanal em relação a algumas temáticas da formação PNAIC.
Para descrever esses conhecimentos, apresentamos a proposta de avaliação por rubricas. O conceito é desenvolvido em SME, principalmente por César Nunes, assessor na área de tecnologias, e objetiva potencializar o processo de avaliação para além da atribuição de conceitos.
Na DOT-P da DRE Campo Limpo, a avaliação por rubricas é também tema das orientações feitas pela formadora Cristina aos POIEs. Veja abaixo um avaliação por rubricas construída com alunos envolvidos nos projetos de Rádio Escolar.
RUBRICAS DE AVALIAÇÃO PARA O TRABALHO COM RÁDIO
ATARI
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PS1
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PS2
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XBOX
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PROTAGONISMO DOS ALUNOS
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Faz o que o professor
orienta na rádio.
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Faz o que o professor
orienta e tem ideias para melhorar a rádio.
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Faz o que o professor
orienta, tem ideias para melhorar a rádio e apresenta as ideias para
professor e parceiros.
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Faz o que o professor
orienta, tem ideias para melhorar a rádio, apresenta as ideias para o
professor e parceiros e se mobiliza para que a rádio dê certo.
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COLABORAÇÃO
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Realiza atividades propostas de modo
individualizado.
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Atua de modo pouco colaborativo na elaboração do
produto final. Não consegue mobilizar quem não está se envolvendo.
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Atua de modo
colaborativo, com a tecnologia ou sem ela, na elaboração do produto final,
dando ideias, problematizando, sintetizando, levando o grupo a conclusões e
posicionamentos. Ainda não consegue mobilizar quem não está se envolvendo.
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Atua de modo colaborativo, com a tecnologia ou
sem ela, na elaboração do produto final, dando ideias, problematizando,
sintetizando, levando o grupo a conclusões e posicionamentos. Consegue
mobilizar quem não estava se envolvendo e incorpora a capacidade de motivar o
grupo.
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CULTURA DE PAZ
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Trabalha de forma individualizada, sem
compromisso com a disseminação da cultura de paz na escola.
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Trabalha
de forma individualizada, mas já demonstra preocupação com a disseminação da
cultura de paz na escola.
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Trabalha de forma coletiva organizando ações que disseminem a cultura
de paz na escola.
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Trabalha de forma coletiva
organizando ações que disseminem a cultura de paz na escola, buscando incluir
os alunos que não se envolvem.
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COMPETÊNCIA LEITORA E
ESCRITORA
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Pesquisa/ produz os textos
para os programas de rádio.
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Pesquisa/ produz os textos
para os programas de rádio e faz a gravação.
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Pesquisa/ produz os textos
para os programas de rádio, faz a
gravação e cuida para que o texto seja adequado ao ambiente escolar.
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Pesquisa/ produz os textos
para os programas de rádio, faz a gravação, cuida para que o texto seja
adequado ao ambiente escolar e contribua com o crescimento cultural dos
ouvintes.
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A construção de rubricas pressupõe maior análise dos objetivos da aprendizagem e das etapas vivenciadas para alcançar o ideal de conhecimento sobre determinado assunto.
Para ampliar o conceito de rubrica e as possibilidades desse tipo de avaliação, os professores construíram em grupos parte de uma rubrica de avaliação sobre alguns temas fundamentais ao pacto.
Veja o resultado:
RUBRICA DE AVALIAÇÃO: COMO ESTÁ MINHA ROTINA EM RELAÇÃO AOS CONCEITOS
ABAIXO ?
NÃO INTRODUZIDO
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INTRODUZIDO
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APROFUNDADO
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CONSOLIDADO
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SEQUÊNCIA DIDÁTICA (Trabalho com gêneros)
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Apesar de ter vivenciado a temática na formação, preciso
de maiores embasamentos teóricos.
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Tenho referências sobre a temática, mas ainda não consegui
desenvolver essa estratégia em sala.
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Tenho referências sobre a temática e já consegui
utilizá-la em sala de aula, mas ainda com algumas dificuldades em organizar as
sequências.
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Tenho referências sobre a temática, já consegui utilizá-la
em sala de aula e perceber avanços na aprendizagem dos alunos em relação aos
gêneros.
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AVALIAÇÃO FORMATIVA
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Ainda realizo avaliações classificatórias a partir de
poucos instrumentos de avaliação;
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Considero importante a avaliação na perspectiva formativa,
mas ainda não consigo organizar instrumentos que a efetivem.
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Considero importante, organizo instrumentos diferenciados
de avaliação, mas ainda tenho dificuldades em analisar os resultados e
encaminhar novas ações pedagógicas.
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Considero importante, organizo instrumentos diferenciados
de avaliação, interpreto os resultados e revejo minha prática pedagógica a
fim de promover os direitos de aprendizagem.
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EIXOS DE APRENDIZAGEM
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Organizo minha rotina semanal
considerando apenas as disciplinas escolares.
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Ainda não consigo contemplar todos
os eixos na rotina semanal, sempre privilegio um deles.
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Consigo inserir na rotina
atividades com todos os eixos de aprendizagem, mas ainda preciso melhorar
algumas estratégias para promover os direitos de aprendizagem.
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Consigo contemplar todos os eixos
promovendo momentos de aprendizagem significativa e com foco nos direitos de
aprendizagem.
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IMPORTÂNCIA DO BRINCAR
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Não considero o brincar relevante para
a aprendizagem de leitura e escrita.
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Considero importante, mas tenho
dificuldade em inserir essas ações na rotina semanal.
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Considero importante e garanto, na
rotina, atividades que envolvem o brincar, mas não consegui relacioná-los aos
direitos de aprendizagem.
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O brincar está plenamente inserido
em minha rotina, relacionado aos direitos de aprendizagem e à importância do
lúdico no ciclo de alfabetização.
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E você? Em que item da rubrica se encontra? Propõe alguma alteração nas descrições das etapas?
Para quem deseja ampliar os conhecimentos sobre rubricas de avaliação, sugerimos acessar os links:
Depois desse momento, os professores retomaram os objetivos da rotina e compartilharam informações sobre como está organizada sua rotina semanal.
A partir dessa rotina real, os grupos montaram um quebra-cabeças que tentasse unir a rotina real à rotina ideal. As peças eram compostas pelas disciplinas constantes na matriz curricular, as modalidades organizativas e os eixos de aprendizagem de Língua Portuguesa, além de espaços para preenchimento livre com outros temas considerados essenciais à aprendizagem de todos os alunos.
São muitos os desafios na busca da qualificação da rotina, afinal, é preciso garantir o trabalho com os eixos de aprendizagem de Língua Portuguesa -oralidade, leitura, produção escrita e análise linguística- sem esquecer os direitos das demais disciplinas.
Haja estudo e criatividade para perceber inter-relação entre o direitos de algumas áreas e propor atividades diferenciadas que atendam à diversidade de aprendizagens!
E por falar em criatividade, vocês sabiam que é possível desenvolvê-la? O vídeo a seguir explicita essa ideia.
Ser criativo, portanto, não é construir a cada dia algo totalmente inovador, mas aperfeiçoar ideias.
Para exercitar esse pensamento, os professores conheceram uma história que resultou em muitas risadas e certamente promoveu a criatividade. Você sabe o que querem as mulheres? Conheça o texto "Afinal, o que querem as mulheres".
A rotina de criatividade foi iniciada com atividades vinculadas às expectativas de leitura, por isso, o texto foi lido em partes, nas quais os professores eram incentivados a lançar hipóteses sobre os acontecimento. Após a leitura, todos vivenciaram uma rotina de criatividade tentando responder às seguintes perguntas:
O que aconteceria se...
Como seria se...
O que mudaria se...
O que seria diferente se...
Entre as diversas possibilidades sugeridas apresentamos algumas:
O que aconteceria se a história acontecesse no presente?
Como seria se Gawain tivesse escolhido apenas uma das opções da bruxa?
O que mudaria se Arthur não tivesse invadido a propriedade alheia?
A intenção da rotina de criatividade é justamente pensar diferente, sair um pouco do padrão, pois embora ele seja essencial à regularidade de nossas ações, uma vez que economiza tempo e energia, pensar em novas possibilidades promove a construção de novas sinapses em nosso cérebro e nos ajuda a melhorar ideias que favoreçam nossa vida pessoal e profissional.
O vídeo a seguir consolida essas informações de maneira divertida.
No segundo momento do dia, o tema em foco foi a heterogeneidade de aprendizagens. Um dos grandes desafios da educação pública no Brasil é a diversidade de conhecimentos em sala de aula.
Como alfabetizar a todos diante de situações tão desfavoráveis a algumas crianças: limitações físicas, cognitivas ou sócio-econômica-culturais? O investimento no acompanhamento da aprendizagem e na organização de atividades diversificadas pode contribuir com essa resposta.
Assista ao vídeo "Ex ET" e veja como o ideal da sociedade é por vezes um padrão questionável.
Além de criar padrões, a escola precisa questioná-los. Não há como responder às indagações sugeridas sem ampliar nossos conhecimentos. Esse processo começa por conhecer muito bem nossos alunos para que se possa pensar em melhores caminhos para a aprendizagem.
Nesse sentido, o trabalho com agrupamentos produtivos continua sendo uma ótima opção para a aprendizagem. Além disso, dependendo das características específicas da turma, será necessário planejar atividades que abordem determinados conhecimentos de maneira diferente. O que não é aceitável é que determinados alunos não sejam atendidos em suas necessidades de aprendizagem.
É o que acontece, por exemplo, se, durante uma atividade de produção, o aluno ainda não alfabetizado é colocado a um canto para pintar determinado desenho que nem estabelece relação com a temática estudada.
Nesse caso, para evitar a exclusão, seria possível elaborar uma atividade condizente com o potencial do aluno, ou propor um agrupamento produtivo no qual ele pudesse contribuir com informações e, junto com um par avançado, produzir o texto solicitado pelo professor. Nesse contexto, ele teria uma experiência muito mais significativa.
Planejar essas atividades exige, portanto, um trabalho extra por parte do professor, mas os resultados são compensadores.
Não há sentido em desconsiderar a realidade do aluno, também não há respostas prontas para lidar com cada uma das dificuldades, pois elas possuem características específicas.
Não há sentido em desconsiderar a realidade do aluno, também não há respostas prontas para lidar com cada uma das dificuldades, pois elas possuem características específicas.
Nesse sentido, conhecer muito bem a turma, fazer sondagens, promover agrupamentos produtivos e ampliar os próprios conhecimentos por meio da formação continuada são passos fundamentais para tornar as aulas mais significativas para todos.
Veja a seguir outras informações importantes sobre diversidade e agrupamentos produtivos.
O trabalho com a diversidade de aprendizagens é uma demanda que há muito tempo toma o cenário educacional no Brasil e no mundo.
Ao descrever o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ou Próximo), os estudos de Vygostsky trouxeram à tona a necessidade de modificação das relações entre ensino e aprendizagem. Eu aprendo com o outro. Aprendo porque me desenvolvo, como afirmou Piaget, mas, principalmente, me desenvolvo porque aprendo em interação com outros pares.
O segredo do processo de aprendizagem está, principalmente, na interação. Planejar atividades diversificadas no ciclo de alfabetização é considerar a diversidade de conhecimentos dos alunos e seus potenciais de aprendizagem.
Após essas considerações, os professores alfabetizadores vivenciaram algumas atividades de alfabetização e letramento possíveis de ser desenvolvidas com os alunos em diferentes agrupamentos e com foco em cada um dos eixos de aprendizagem.
Esperamos que essa sequência de atividades possa servir de referência para a organização de outras nas quais seja possível a participação de todos os alunos. Para isso é importante organizar agrupamentos ideais considerando a proximidade dos conhecimentos e variando as ações conforme as necessidades e direitos de aprendizagem dos alunos.
Terminamos o dia com o vídeo "Para os pássaros", uma maneira descontraída de tratar o polêmico tema da inclusão.
É isso aí... Mais um dia...
Não esqueçam do trabalho pessoal a ser compartilhado no próximo encontro: planejar uma situação de aprendizagem com foco em um dos eixos de aprendizagem de Língua Portuguesa e que considere a heterogeneidade de conhecimentos.
Anotem também, na agenda, uma importante ação prevista para o dia 23/11/2013: O primeiro Seminário dos professores alfabetizadores de Campo Limpo. Contamos com a presença de todos os envolvidos nas ações PNAIC. Em breve, traremos mais informações nesse mesmo espaço.
Até a próxima!