sábado, 15 de junho de 2013

APROPRIAÇÃO DO SISTEMA DE ESCRITA ALFABÉTICA: TEORIA E PRÁTICA


Alfabetizar letrando é um dos princípios do PNAIC, mas, para compreender profundamente essa concepção, é preciso consolidar os conceitos de alfabetização, letramento, código, sistema notacional e concepção fonológica, temáticas do terceiro encontro.

Em um primeiro momento, os professores compartilharam seus registros sobre a rotina semanal e produziram coletivamente, conforme o ano em que lecionam, uma rotina ideal centrada no trabalho com os eixos de aprendizagem e o uso do material distribuído pelo MEC.

Essa atividade destacou a importância do trabalho colaborativo e a necessidade de que o planejamento seja discutido na escola nos horários de estudo coletivo. 

Embora cada professor tenha autonomia nos encaminhamentos das aulas, os conteúdos e estratégias precisam ser definidos entre os pares. Como afirma César Nunes no texto “A primeira ideia é simplesmente a primeira, não a melhor”:

“A construção social do conhecimento acontece de fato quando há a preocupação com o avanço do conhecimento através da valorização da diversidade de ideias, da participação balanceada de todos os integrantes do grupo, do uso da linguagem do pensar, da conexão das ideias com suas aplicações práticas.”

No momento seguinte, os professores foram incentivados a registrar suas próprias concepções sobre alguns conceitos chaves do PNAIC. 

Para auxiliar a tarefa, eles assistiram aos vídeos sobre Apropriação da escrita alfabética, uma produção da Universidade Federal de Pernambuco, onde o Centro de Estudos em Educação e Linguagem (CEEL) desenvolve amplas pesquisas e produção de material sobre e para a alfabetização. 

A seguir um desses vídeos.


Após os vídeos, disponíveis nos links http://www.youtube.com/watch?v=Cwd9QcxedKE  e http://www.youtube.com/watch?v=Ne0ImYjWuf8 os conceitos foram retomados:

- Alfabetização: domínio do sistema de escrita alfabético.
- Letramento: conjunto de práticas de leitura e produção de textos escritos realizados socialmente nas diferentes situações cotidianas formais e informais.
- Código: recurso gráfico substitutivo, portanto é preciso primeiramente conhecer muito bem um sistema notacional para inventar um código. 
- Sistema notacional: sistema no qual, além de um conjunto de caracteres ou símbolos, há um conjunto de regras ou propriedades que definem rigidamente como esses símbolos funcionam para substituir os elementos da realidade que eles notam ou registram.
- Consciência fonológica: um vasto conjunto de habilidades que nos permitem refletir sobre as partes sonoras das palavras.

Percebe-se que não se tratam de conceitos simples, assim como não é simples a aprendizagem do sistema de escrita alfabética, por isso cada aluno passa por um processo muito particular de apropriação desse sistema. 

Essa aprendizagem depende principalmente dos estímulos familiares e pedagógicos que podem possibilitar, em menor ou maior escala, experiências produtivas envolvendo a leitura, a escrita, a oralidade e a reflexão sobre as regularidades e irregularidade do sistema.

As experiências de leitura justificam por que crianças que ainda não sabem ler e escrever, quando envolvidas em práticas de leitura, apresentam o que se chama de "comportamento leitor": virar as páginas do livro, acompanhar os símbolos gráficos com o dedinho, entre outros comportamentos que confirmam seus conhecimentos sobre como um leitor procede ao ler um livro.


Em sala de aula , portanto, o professor deve oportunizar a diversidade de experiências com a leitura e a escrita, bem como a reflexão sobre o próprio sistema alfabético. 

Vejam a seguir, as possibilidades de trabalho com o eixo análise linguística a partir da música "Sopa" do Palavra cantada:




Durante o curso, os professores também passaram pelas estações de jogos, nas quais tiveram a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos sobre alguns jogos distribuídos pelo MEC e sobre suas possibilidades de aprendizagem do sistema de escrita alfabética.




Foi um momento bastante divertido, mas que revelou a importância de trabalhar o jogo como recurso lúdico, mas sem esquecer de sistematizar os conhecimentos que ele pode proporcionar. São as intervenções pedagógicas antes, durante e após os jogos que poderão promover aprendizagens e não apenas o contato com o material. 

Para completar o dia, os professores também conheceram algumas possibilidades de uso da mesa alfabeto como recurso para trabalhar atividades de análise linguística, leitura e oralidade com os seus alunos. 

Para quem não conhece, a mesa alfabeto é composta por um painel eletrônico no qual são encaixados cubos que representam as letras maiúsculas e minúscula e alguns símbolos que, reconhecidos por um software especial, aparecem na tela do computador.

O equipamento possibilita, portanto, uma série de atividades interativas envolvendo a aprendizagem do sistema de escrita alfabética. Dependendo dos objetivos do professor, a mesa alfabeto pode ser utilizada por crianças em qualquer fase de conhecimento sobre a escrita, desde aquelas que ainda não conhecem letras até as que já estão alfabetizadas, mas precisam ampliar os conhecimentos sobre a ortografia. 




E fiquem atentos: se houver alguma escola que, apesar de ter o equipamento, ainda não sabe como utilizar todo seu potencial basta o Coordenador Pedagógico entrar em contato com a DRE Campo Limpo e agendar uma formação.

Depois de tantas aprendizagens, ainda houve tempo para uma  breve análise da escrita alfabética dos alunos, que vamos deixar como desafio. 

Vocês se lembram o que as sondagens abaixo revelam sobre a aprendizagem do sistema de escrita alfabética? 

Produção de texto


Lista de palavras

É importante recordar o que afirmou Artur Gomes de Moraes: 

"Não podemos confundir ter alcançado a base alfabética de escrita com estar alfabetizado. A passagem da primeira à segunda é, ao nosso ver, o resultado de um cuidadoso processo de ensino-aprendizagem."

A tarefa do professor, como sempre, não é fácil, mas é de fundamental importância e faz toda a diferença para as crianças que iniciam sua incursão nesse fabuloso universo da língua escrita.

É isso aí, pessoal, continuamos firmes e fortes nessa formação, sem esquecer o trabalho pessoal:

Analisar e destacar de 4 sondagens de sua turma o que o aluno já sabe e que desafios propor para que ele avance em relação à hipótese/aprendizagem.

Vamos em frente, afinal, quanto mais aprendemos, temos vontade de aprender mais!